Uma conjunção perfeita de lagos, rios, montanhas, vales e estepe infinito, caminhando por essa sucessão de imponentes paisagens tendo a natureza na sua máxima expressão – Assim eu defino a Patagônia!
Deu para perceber que sou apaixonada pela Patagônia? Ela é um dos meus destinos favoritos. Todo ano faço roteiros para a parte Argentina, mas desta vez o destino era a Patagônia Chilena!
Eu estava fazendo pela segunda vez o Circuito W, em Torres del Paine e fui com um novo olhar: Com o olhar de quem estava prospectando uma nova trilha para colocar no calendário da empresa Ana Wanke Turismo e Aventura!
Falando em olhos atentos, na Patagônia os animais se mititizam na paisagem. Nas estradas que cortam a Patagônia, parece tudo igual, mas se pararmos os olhos, logo conseguimos ver alguns animais, tais como o zorro, uma raposa acinzentada ou uma liebre, tipo de coelho. É comum também vermos guanacos, um parente distante da lhama e vivem soltos pelas estepes patagônicas.
Há um animal que sempre quis ver que é o Huemul, um tipo de veado selvagem. Eles são muito “tímidos” e se assustam facilmente. Nesses anos todos que vou à Patagônia nunca consegui ver um nem de perto nem de longe, pois as trilhas estão sempre bem movimentadas. Quem sabe caminhando sozinha, eu não visse um, pensei comigo mesma.
Era o segundo dia de trekking do circuito W e o meu destino era o Abrigo Los Cuernos, depois que ir até a base das Torres del Paine. A caminhada naquele dia foi solitária, mas eu estava precisando daqueles momentos: Um misto de meditação, prospecção e contemplação, registrando cada detalhe do percurso. Perdi a noção do tempo admirando aquela paisagem e sabia que iria chegar tarde no refúgio.
Perto das 18h00, eu caminhava sozinha faziam algumas horas, quando vi um vulto no mato que me parecia ser um Huemul. Fiquei bem quieta e comecei a tirar fotos do bicho no meio do mato ainda, pois não tinha a certeza que ele sairia dali para mostrar a cara. Tirei uma foto depois da outra… e ele resolveu sair do mato!
Quase caí de costas quando a cara que eu vi não foi a de um huemul, mas sim de um puma. Continuei a sequência de fotos admirada com aquele animal, o qual nunca havia pensado em poder ver de tão perto.
Após alguns segundos contemplando o animal, veio o medo de virar um banquete para o felino. O raciocínio foi rápido:
- Eu não poderia correr, pois viraria presa,
- Nem sentar no chão (as pernas estavam bambas) porque ficaria menor que ele.
Foi quando eu lembrei do que um instrutor de mergulho em Fernando de Noronha me falou sobre os tubarões que ali nadavam: ele está dentro de um parque onde o alimento era abundante, isto é, os bichos estariam bem alimentado e nem iriam ligar para gente.
Mas seguro morreu de velho, né? Eu soltei a máquina fotográfica lentamente e segurei firme os bastões. No caso dele atacar, eu tentaria me defender com eles.Tudo bem que era mais fácil o puma palitar os dentes com os meus bastões, do que eu conseguir me defender dele.
Para a minha felicidade e sorte, com a mesma tranquilidade que o puma apareceu, ele foi embora, deixando em mim um misto de alegria, medo, euforia. Tudo tremia, mas me senti uma privilegiada.
Passado o susto, entendo que foi um presente lindo que recebi e que fez crescer ainda mais a minha admiração pela natureza selvagem da Patagônia.
uau… que história… que suspense!