Estávamos em uma viagem em família e era nosso segundo dia em Bangkok. Já tínhamos passado a manhã pelos templos, sob o sol escaldante da cidade e então minha família e eu resolvemos ir a um shopping comer algo e nos refrescarmos no ar condicionado.
Quem disse que na cidade não dá para fazer uma boa caminhada? Mas a história dessa caminhada que vou contar aconteceu sem planejamento.
Bangkok é surpreendente e os shoppings são um capítulo a parte nessa cidade de contrastes fascinantes. Os shoppings, que se estendem pelos dois lados da avenida, se interligam por passarelas elevadas e com inúmeras lojas e opções de restaurantes e cafés para todos os gostos e bolsos. Você pode ir de um shopping ao outro sem mesmo pisar na calçada ou atravessar a rua. Já tínhamos passado por vários deles quando a minha família resolveu voltar para o hotel e descansar, menos eu. Resolvi voltar ao primeiro shopping – a pé, é claro!
Entre shoppings e mais shoppings em Bangkok
Lá fui eu: entra em shopping (ar condicionado), sai do shopping (calorão infernal), entra, sai… um verdadeiro processo de pasteurização. Assim foram quilômetros e quilômetros. Cheguei ao shopping que eu queria explorar, o MBK, um verdadeiro Paraguaizão. Depois do meu passeio por lá, minha intenção era voltar de tuk tuk para o hotel, mas o trânsito estava totalmente parado. Poluição é muito grande e ficar parada bem no meio desse trânsito não ia ser legal. Resolvi, então, dar uma circulada até o trânsito acalmar. Foi então que as coisas foram acontecendo.
Descobri uma banda tocando ao vivo com um lindo por do sol ao fundo de numa das passarelas elevadas. Visual fantástico e indescritível! E lá de cima da passarela vi a cidade se transformar: Luminosos acendendo, feiras gastronômicas começando… a vida borbulhava de uma maneira diferente! Bangkok sem dúvida é uma cidade noturna.
O hotel estava a apenas 5 km dali. Resolvi descer da passarela e voltar a pé para conhecer um pouco mais da vida urbana.
Parei na primeira feira gastronômica e me sentei na frente da cozinheira que preparou tudo ali ao vivo numa agilidade incrível. Não sei quem suava mais: a cozinheira (na frente do fogão) ou eu (com a pimenta da comida dela). Adorei a experiência!
Saí dali em direção ao hotel, mas com pouco tempo de caminhada tive que dar mais uma parada em outra feira. Desta vez a comida era um pouco “diferente”. No cardápio tinham baratas, escorpiões, grilos, sapos, e muito mais… Pena que já tinha jantado, então só fotografei!
Recomecei a caminhada e na sequencia me deparei com um campeonato de lutas tailandesas: Ringues com lutas acontecendo simultaneamente numa parte descoberta da rua com torcidas e juízes. Parecia tudo bem organizado e zoado ao mesmo tempo. Muito louca essa cidade!
A caminhada sob o elevado do metrô de superfície mostrou outra cidade, muito diferente daquele por dentro dos shoppings. Quando eu achava que tinha visto tudo, passei por uma cena muito especial que me chamou a atenção. Parecia ser um ritual em frente a um altar (há vários espalhados pela cidade). Em frente a esse altar havia um homem ajoelhado em posição de reverência e atrás deles várias mulheres vestidas com trajes típicos e dançando coordenadas. Ninguém parava para olhar, parecia algo comum.
Foi uma experiência fantástica, mas cheguei ao hotel exausta! Dei-me conta que caminhar na cidade é um passeio, mas precisa de preparo! Ainda bem que faço minhas caminhadas junto à natureza e pude ter disposição para conhecer este lado de Bangkok.
MUito legal a experiência Ana: faltou comer os grilos e as baratas!!! Continua fazendo posts!