Na quinta-feira, dia 28 de junho, saímos de Curitiba num grupo pequeno mas no maior astral, já nos apresentando e nos integrando. Foi uma nova experiência para nossa empresa: um roteiro no meio da semana! Com certeza deu muito certo e vamos repetir o evento no meio da semana, desta vez um passeio ao Parque Estadual do Guartelá.
Voltando ao roteiro realizado, chegamos ao Parque Estadual de Vila Velha e fomos direto para os Arenitos, formação resultante do depósito de um grande volume de areia, que aconteceu há aproximadamente 340 milhões de anos, no período carbonífero. Na época a região estava coberta por um lençol de gelo. Como informação adicional, para comprovar que realmente existiu um grande glaciar, pertinho de Vila Velha, na Colônia Witmarsum, há um sítio arqueológico onde se pode observar as ranhuras glaciares. Outro lugar muito legal de se visitar!
O Parque estava vazio e pudemos caminhar tranquilamente entre os arenitos ouvindo as explicações do guia local. As formações surgiam nas mais variadas figuras. Algumas são muito fáceis de identificar, como a famosa taça, índio, noiva, que aliás fazem parte da lenda de Vila Velha (leia ao final deste artigo).
Depois dos Arenitos seguimos para as Furnas, desabamentos de formações areníticas com bocas circulares e paredes verticais que atingem 100 metros de profundidade, contando com uma lâmina de água de aproximadamente 50 metros. Não podíamos ir até o Parque sem conhecer todos os seus atrativos!
Dali seguimos rapidamente para a Lagoa Dourada, uma furna assoreada. A lagoa apresentava uma transparência incrível, o que possibilitou a visualização de cardumes de peixes no seu fundo raso. O nome Lagoa Dourada deve-se a cor dourada que ela apresenta em um determinado período do dia.
Já passava do meio dia quando saímos do Parque Estadual de Vila Velha e nos dirigimos para o Parque do Buraco do Padre. Hoje ele está inserido no Parque Nacional dos Campos Gerais, conta com uma excelente estrutura e pudemos fazer nosso piquenique sentados em uma mesa com bancos, com muita segurança e comodidade.
O Buraco do Padre parece um anfiteatro, mas na verdade também é uma furna que apresenta em seu interior uma imponente cascata de 30m, formada pelo Rio Quebra Perna. É claro que ninguém deixou de notar que bem na entrada do Buraco do Padre havia uma incrível fenda, que possui um nome um tanto quanto interessante: Fenda da Freira. Por favor, não me pergunte a origem deste nome, porque isso eu não sei! Mas a gente até imagina… (risos)
Estar no interior do Buraco do Padre foi o momento mais mágico do passeio – Foi a cereja do bolo! Não era a toa que os padres jesuítas utilizavam este lugar como refúgio para meditar, daí a origem do nome do lugar. Nós voltamos à infância e molhamos os pés para chegar bem pertinho da cachoeira. Adorei ver o brilho nos olhos de todos. Impossível não se encantar pela beleza deste lugar.
Antes de voltar a Curitiba ainda paramos na vinícola de amoras Porto Brazos, pertencente a uma família de imigrantes belgas que trouxe a tradição (já desaparecida) da Europa, de produzir bebidas a partir das amoras silvestres que cresciam naturalmente junto ao bosque.
Excepcionalmente, desta vez não acompanhei o grupo até o ponto de retorno, pois precisava me arrumar em tempo de receber um prêmio. Já havia marcado o roteiro quando recebi a notícia de que no mesmo dia eu iria receber, por indicação da Vereadora Julieta Reis, uma homenagem da Câmara Municipal de Curitiba com o Prêmio Ecologia e Ambientalismo.
Se você quiser ver mais fotos deste roteiro, acesse este link. Mas não acaba por aqui… Para terminar, conforme prometi, vai a Lenda de Vila Velha!!
Lenda de Vila Velha
ltacueretaba, antigo nome de Vila Velha, significa cidade extinta de pedras. O recanto foi escolhido pelos primitivos habitantes para ser Abaretama, terra dos homens. No local seria escondido o precioso tesouro Itainhareru. Com a proteção de Tupã, era cuidadosamente vigiado pelos Apiabas, varões escolhidos entre os melhores homens de todas as tribos.
Os Apiabas desfrutavam de todas as regalias, porém era proibido o contato com as mulheres. A tradição dizia que elas, sabendo do segredo de Abaretama, revelariam aos quatro ventos. A notícia chegaria aos ouvidos do inimigo, que tomaria o tesouro para si. Se o tesouro fosse perdido, Tupã deixaria de resguardar o seu povo e lançaria sobre ele as maiores desgraças. Dhui (Luís) fora escolhido chefe supremo dos Apiabas, entretanto, não desejava seguir esse destino, pois se tratava de um chunharapixara (mulherengo).
As tribos rivais, após tomarem conhecimento do fato, escolheram a bela Aracê Poranga (aurora da manhã) para tentar seduzir o jovem guerreiro e tomar-lhe o segredo do tesouro. A escolhida logo conquistou o coração de Dhui. Em uma tarde primaveril, Aracê veio ao encontro de Dhui trazendo uma taça de Uirucur (licor do butiás) para embebedá-lo. No entanto, o amor já havia tomado conta de seu coração e a traição não aconteceu. Decidiu, então, tomar a bebida junto com seu amado. Em seguida, os dois se amaram à sombra de um ipê. Tupã logo descobriu a traição do seu guerreiro e, furioso, provocou um terremoto sobre toda a região.
A antiga planície foi transformada em um conjunto de suaves colinas. Abaretama transformou-se em pedra. O solo rasgou-se em alguns pontos, originando as Furnas. O precioso tesouro fora derretido, formando a Lagoa Dourada. Os dois amantes ficaram petrificados e, entre os dois, a taça ficou como o símbolo da traição. Diz a lenda que as pessoas mais sensíveis à natureza e ao amor, quando passam pelo local, ouvem a última frase de Aracê: xê pocê o quê (dormirei contigo).
(Texto retirado do http://www.pontagrossa.pr.gov.br/vvelha)
Delícia de dia!
Obrigada Ana por nos mostrar lugares tão especiais. O passeio durante a semana nós proporcionou a visita tranquila aos pontos turísticos por haver poucos visitantes.
Valeu!!