Cunha e Paraty fazem parte da Estrada Real. Escolhemos este eixo para percorrê-lo entre os dias 7 a 9 de setembro de 2018 por concentrar além da história, arte e cultura e belezas naturais!
Por Cunha passou muito muita riqueza vinda de Minas Gerais e direção a Paraty, o principal Porto exportador de nossas riquezas, como ouro e diamantes. Apesar de Cunha estar no estado de São Paulo e Paraty no estado do Rio de Janeiro, ambas as cidades tem um toque mineiro, não só na comida, mas no jeito de falar e na carinhosa acolhida.
Saímos cedo de Curitiba e ao desembarcar na nossa pousada, na região rural de Cunha, já sentimos o cheirinho de uma comida caseira com toque mineiro. Nosso grupo foi recebido carinhosamente pelos donos da Pousada Sitio Aparição: Lucimara e Almir, que nos esperavam com a lareira acesa, um bolo fresquinho e um chazinho de capim santo divino!
Estávamos em 13 mulheres e sabe que para nós o que nunca falta é assunto. Ficamos ali mesmo, junto à lareira conversando. O tempo passou rapidinho e já era hora do jantar. Eu mesma estava louca para comer um feijãozinho, mas a quirerinha… estava deliciosa. Foram tantos outros quitutes e sobremesas, que não sei dizer o que estava mais gostoso, mas imagine que a comida foi feita com muito amor pelo Almir, dono na pousada, e no fogão a lenha!
Acordamos bem cedinho no sábado. Bem cedinho mesmo! Saímos da pousada as 4h15 da manhã para subir a Pedra da Macela, que fica dentro do Município de Cunha, para ver o dia amanhecer. Não era obrigatório esta subida, por isso quem queria somente passear, ficou na cama até mais tarde. Mas quem participou, pode dizer que valeu todo o esforço de sair da cama e iniciar a caminhada ainda no escuro e apreciar o espetáculo. Vimos o nascer do sol com um mar de nuvens cobrindo o litoral do Rio de Janeiro.
Brincamos com o sol, tirando várias fotos com ele. Para nos despedirmos fomos até a ponta da Pedra da Macela. A vista desse cantinho é muito especial, com um precipício de arrepiar os cabelos da guia.
Voltamos à nossa pousada em tempo de tomar um delicioso café da manhã com pão de queijo, bolos e outros quitutes e dar uma descansadinha.
Ainda pela manhã seguimos para a cidade de Cunha, cravada no encontro das serras do Mar, da Bocaina e da Mantiqueira, com muitas ladeiras, talvez por isso possua a maior frota de fuscas do Brasil. Hoje Cunha é mais conhecida pela sua cerâmica do que pelo seu papel na história do Brasil.
Visitamos a casa do Artesão, onde se reúnem vários ceramistas da região e em seguida fomos assistir a abertura de fornos do ateliê Suenaga e Jardineiro, que faz esse evento apenas 5 vezes ao ano. Foi um espetáculo! Para os apreciadores de arte, a qualidade e a diversidade dos ateliês de cerâmica espalhados pela cidade nos cativaram.
Pode-se dizer que a cerâmica resinificou o turismo em Cunha, que aos poucos foi criando pousadas e bistrôs deliciosos para atender os turistas. Hoje a região possui uma elaborada gastronomia, priorizando os produtos regionais como a truta, o pinhão, o cordeiro e o shitake. Foi num destes bistrôs isolados e charmosos que almoçamos antes de seguir para ver as lavandas.
O primeiro lugar que visitamos o Contemplário, onde tivemos uma aula sobre a extração do óleo essencial de lavanda, história dos lavandários de Cunha. Dali seguimos para o Lavandário, que possui uma extensa plantação de lavandas e muitos produtos a venda a base de lavandas.
Mas o momento mais esperado do dia, depois de ver o nascer do sol na Pedra da Macela, era ver o por do sol entre as lavandas. E sol deu mais um espetáculo, sendo aplaudido por todos quando sumiu no horizonte.
O dia foi intenso, e para relaxar, um jantar divino nos esperava na pousada. Tudo feito no fogão à lenha e para acompanhar sucos naturais e… uma caipinha! Afinal ninguém é de ferro e confesso que adoro!
O domingo foi reservado para passarmos por Paraty. A descida da serra de Cunha a Paraty já é um espetáculo à parte.
Ao chegarmos às partes mais baixas vimos que havia um movimento grande de carros subindo. Não estava entendendo aquele movimento ainda cedo. Havia uma ponte no caminho que só passava um carro. O pessoal que subia não dava vez para que nós passássemos. Não tive dúvidas, desci da van e parei realmente o trânsito, pois não havia maneiras de que os carros que subiam a serra nos dessem a vez. Foi assim que me tornei a “Loira de Parar o Trânsito”.
Chegando a Paraty nossa turma se espalhou para explorar a cidade mais a vontade, fazer comprinhas de cachaça (há várias famosas no local) e lembrancinhas para levar para casa.
Paraty guarda muita história e suas casas e ruas bem preservadas impressionam. Não é a toa que já foi palco de muitas filmagens de novelas e filmes. No chamado “Ciclo do Ouro”, nos séculos XVII e XVIII, Paraty exercia a função de Entreposto Comercial e também por sua posição geográfica, porto escoadouro da produção de ouro de Minas para Portugal. Foi uma das mais importantes cidades portuárias do século XVIII e encontra-se magnificamente bem preservada!
Chegamos cedo e as ruas ainda estavam tranquilas, sem movimento, assim pudemos imaginar as carruagens e pessoas transitando pelas ruas calçadas de pedras, que, aliás, não é fácil de caminhar. As ruas foram projetadas para que nas marés altas a água da baía invadisse as calçadas de pedras facilitando a limpeza delas.
Foi tanta beleza concentrada nesse feriado, que talvez você possa ter uma melhor visão apreciando as algumas fotos que selecionamos aqui.
Logo após o almoço pegamos a estrada de volta para casa, ainda deslumbrados com as surpresas de Cunha e Paraty! Ano que vem vamos repetir o roteiro. Junte-se à nós! É um roteiro exclusivo e imperdível!
Adorei seu roteiro, meu pai tem uma casa em Cunha perto da casa da irmã dele. Estou sempre lá e com meus primos vamos sempre conhecendo lugares lindos lá. Minha irmã e cunhada já subiram a Pedra da Macela, eu ainda não conheço, mas vou conhecer.
Você já foi na Fazenda Aracatu? Um lugar charmoso com sorvete artesanal com leite das vacas Jersey, delicioso o sorvete de doce de leite.
Outro lugar que eu fui conhecer é a cervejaria Wolkenburg, antigamente o dono de lá fazia no mês de outubro nos fins de semana a festa octoberfest, mas depois que sofreu um acidente ele parou de fazer as festas, mas você pode ir conhecer a Cervejaria e fazer degustação, para quem gosta de cerveja.
Não sei se você voltou esse ano em Cunha, mas agora tem vários cafés na estrada Cunha-Paraty.
Bom, gostei do seu blog de viagem. Espero que volte em Cunha. No festival do Pinhão é bom demais.
Um forte abraço.
Paz e bem
Obrigada Monica!! Suas sugestões são super legais. Realmente a estrada tem muitos novos cafés e bistrôs de cair o queixo. Temos que ajudar a impulsionar o turismo no Brasil! Abraços, Ana Wanke