Dia 21/10/2018, estivemos no Parque Estadual do Guartelá, que foi criado em 1992 para proteger parte de uma imensa garganta de aproximadamente 32 km de extensão que o Rio Iapó escavou na Escarpa Devoniana: O Cânion Guartelá – considerado o 6° mais longo do mundo e o mais longo do Brasil.
O Parque está situado na margem esquerda do Rio Iapó e na margem direita encontra-se a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Itáytyba, ambas as áreas no município de Tibagi.
Nossa trilha teve apenas 6 km. Nesse pequeno trecho pudemos ver de perto o complexo e rico ecossistema às margens do Cânion Guartelá. Imagine que este lugar já foi mar, depois se tornou um deserto gelado e hoje possui o clima sub-tropical, cuja vegetação é composta por campos, remanescentes de cerrado e florestas com araucárias.
Impossível não se admirar com essa beleza ao chegar no mirante de madeira do Parque, onde podemos observar o Cânion Guartelá em um dos seus pontos mais bonitos.
E bem nesse ponto que até pouco tempo podia-se ver uma enorme linha energia de alta-tensão atravessando o Cânion. A linha havia sido instalada no local há mais de 50 anos, antes da conversão daquelas áreas em unidades de conservação. O Instituto Ambiental do Paraná – IAP, vinha solicitando à Copel o desvio dessa linha há muito tempo e com a oportunidade da construção de um novo ramal de transmissão, a retirada da linha de alta-tensão que a travessava o parque se concretizou. Foi uma grande alegria chegar no mirante e ter uma visão limpa!
Fiquei ainda mais feliz ao saber que, por conta da obra para retirada da linha de transmissão, a Copel financiou estudos em diversos sítios arqueológicos. Foram encontrados artefatos de pedra e cerâmicos. Durante os estudos também foram descobertos e documentados sete novos sítios de arte rupestre. Aliás, essa região é uma importante referência do Patrimônio Arqueológico do Paraná.
Voltando à nossa caminhada, fomos ao Mirante da Cachoeira da Ponte de Pedra. Lindíssima, mas agora só se pode observá-la de longe. Antes da criação do Parque as pessoas cruzavam a Ponte de Pedra, banhando-se ali e arriscando-se por lugares de difícil acesso. Hoje com o Parque Estadual do Guartelá, há monitores nos principais pontos, assegurando que as regras de segurança e respeito à natureza sejam preservadas. Assim também se garante que as próximas gerações possam continuar admirando essas obras de arte da natureza.
A terceira atração que visitamos no Parque Estadual do Guartelá foram os “Panelões”, formações rochosas no rio que parecem banheiras de hidromassagem naturais. É claro que fui a primeira a entrar, tendo o sol forte e a Graça Fortes como meus maiores incentivadores. Depois quem incentivou a Graça a entrar fui eu! Assim mais pessoas tomaram coragem para se molhar e se divertir.
Ali mesmo, junto dos “panelões” fizemos nosso piquenique, com os deliciosos sanduíches e a especial tortinha de banana da Gianna, que de tão gostosa nunca sobra!
Para terminar esse relato, eu não podia me furtar a contar a origem do nome de uma das principais belezas do Paraná. Então aqui vai…
Origem do nome Guartelá:
A história do seu nome vem dos tropeiros paulistas que vieram colonizar a região, fazendo extração de madeira, ouro e diamantes. Quando eles chegaram por aqui tiveram grande resistência dos índios tupi-guarani que habitavam a região, passando por pequenas batalhas e mortes dos silvícolas que tentavam defender seu território. A partir daí desenvolveram códigos para se comunicar, e certa vez um dos fazendeiros disse ao vizinho “Guarda-te lá que aqui bem fico”. A expressão evoluiu, encurtou e daí surgiu a nomenclatura de duas regiões destas redondezas, o “Guartelá” e o “Bem Fico”.
Se quiser ver mais algumas fotos da nosso aventura visite nosso album no Facebook. E se você não conhece o Guartelá e ainda não tem programação para o Ano Novo, temos uma grande proposta para você: Que tal passar um o Ano Novo acampando no Canion Guartelá conosco? Detalhes desse roteiro estão aqui! Proposta tentadora, eu sei…