O câncer é a segunda causa de morte natural mais frequente no mundo. Em muitos casos, é possível prevenir. Ir a uma consulta com ginecologista anualmente é um cuidado indispensável com a saúde das mulheres. Isso porque esse tipo de profissional tem como principal função tratar os problemas relacionados ao sistema reprodutor feminino, inclusive o câncer ginecológico, a fim de garantir o bem-estar e a qualidade de vida das pacientes.
No caso das mulheres, os tipos de câncer aos quais estão mais suscetíveis são o câncer de mama, que lideraria o ranking, seguido de perto pelo câncer do colo do útero.
Eu mesma sou uma prova viva que o diagnóstico precoce do câncer pode salvar vidas. Então é importante começarmos a falar mais abertamente sobre os sinais e sintomas destas doenças, para quebrar o tabu social e qualquer vergonha que possa existir.
Câncer de Mama
O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células da mama. Esse processo gera células anormais que se multiplicam, formando um tumor.
Há vários tipos de câncer de mama. Por isso, a doença pode evoluir de diferentes formas. Alguns tipos têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem mais lentamente. Esses comportamentos distintos se devem a característica próprias de cada tumor.
O câncer de mama é o tipo da doença mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do de pele não melanoma, correspondendo a cerca de 25% dos casos novos a cada ano. No Brasil, esse percentual é de 29%. O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando menos de 1% do total de casos da doença.
Como prevenir o Câncer de Mama
Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis como: praticar atividade física; alimentar-se de forma saudável; manter o peso corporal adequado; evitar o consumo de bebidas alcoólicas; amamentar; evitar uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal.
É importante que as mulheres observem suas mamas sempre que se sentirem confortáveis para tal (seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano), sem técnica específica, valorizando a descoberta casual de pequenas alterações mamárias.
Quaisquer sinais e sintomas devem sempre ser investigados por um médico para que seja avaliado o risco de se tratar de câncer. A postura atenta das mulheres em relação à saúde das mamas é fundamental para a detecção precoce do câncer da mama.
Câncer de Colo de Útero
A infecção por HPV, uma das DSTs mais recorrente no mundo. A infecção geralmente desaparece espontaneamente, mas uma pequena proporção pode persistir e progredir para um câncer.
O HPV, sigla em inglês para Papilomavírus Humano, é um vírus que infecta pele ou mucosas (oral, genital ou anal). Homens e mulheres estão sujeitos à infecção, que pode provocar verrugas, lesões e possivelmente câncer. Existem mais de 150 tipos de HPV, dos quais pelo menos 10% são cancerígenos.
Não são, portanto, todas as pessoas infectadas pelo HPV que desenvolvem câncer de colo de útero. De acordo com o Ministério da Saúde, aproximadamente 291 milhões de mulheres no mundo têm HPV, sendo que 32% estão infectadas pelos principais tipos responsáveis pela maioria dos casos de câncer de colo de útero.
Além do câncer de útero, o HPV pode causar, também, câncer de ânus (85%), orofaringe (35%) e boca (23%)
Usar camisinha, portanto, é um mantra meio óbvio que você deverá repetir e adotar pelo resto da sua vida. O preservativo é o único método contraceptivo que também previne contra DSTs. Por isso, mesmo se você toma anticoncepcional, usa o DIU ou qualquer outro método para evitar uma gestação, deve continuar a se proteger contra doenças.
Além de usar camisinha sempre, toda mulher sexualmente ativa deve ir ao ginecologista anualmente para fazer o papanicolau, o exame ginecológico preventivo mais comum para identificar lesões causadas pelo HPV que podem causar câncer de colo de útero. Ele é feito no consultório médico, sem necessidade de anestesia.
Não vamos mentir: como o profissional de saúde irá coletar uma amostra do colo do seu útero, o exame poderá ser um pouco desconfortável. No entanto, mais vale o desconforto do que o risco de desenvolver uma doença grave, não é mesmo?
Precisamos discutir as Doenças Sexualmente Transmissíveis
O HPV, assim como qualquer infecção sexualmente transmissível, é tabu. Não falar sobre a doença, no entanto, não ajuda nada a preveni-la. Falar sobre ela é, por outro lado, uma forma de conscientizar a população sobre o seu risco e formas de prevenção.
Nos Estados Unidos e na Inglaterra, por exemplo, o HPV é a DST mais recorrente e chega a ser considerada como uma “epidemia escondida”. No Brasil, os órgãos competentes chamam a atenção da população para a importância de vacinar as crianças e adolescentes contra o vírus. Além de dar a vacina, deve-se conversar com os jovens sobre o HPV, já que as chances são maiores no início da vida sexual.
Para os adultos, não é diferente: é preciso se informar e se cuidar! Doenças sexualmente transmissíveis, como o HPV, são mais comuns do que imaginamos e é bem provável que alguma de suas amigas já tenha o contraído. Que tal deixar a vergonha de lado e bater um papo aberto e sem julgamentos?