Santiago chegou à Península Ibérica (fim do mundo) para cristianizar os povos Celtas. Então vamos conhecer um pouco mais deste povo?
Castros são as ruínas ou restos arqueológicos de um tipo de povoado da Idade do Cobre e da Idade do Ferro característico das montanhas do noroeste da Península Ibérica, na Europa. Os povoados eram construídos com estruturas predominantemente circulares, revelando desde cedo a implementação de uma «civilização da pedra», quer nas zonas de granito quer nas de xisto.
Quando avistamos pela primeira vez o Castro de Baroña, conseguimos imaginar na mesma hora o passado celta da Galícia – mesmo que até hoje não se tenha certeza sobre sua veracidade.
O Primeiro Guerreiro Celta
Mesmo que não exista nenhum documento datado que comprove a habitação do povo celta nas terras galegas, a imaginação popular com certeza os incluiu na história. Tanto, que grande parte do povo galego considera os celtas como seus ancestrais. Prova disso é o hino galego, que faz referencia aos celtas por meio de um de seus guerreiros: Breogán.
Segundo a lenda, o heroico guerreiro Breogán fundou a cidade de Brigantia (Galicia), e lá construiu uma torre muito alta (a Torre de Hércules), tão alta que de lá se pode ver a costa verde de Inis Ealga (Irlanda).
Fascinado com a vista, navegou até a cidade e lá foi morto pelas tribos da ilha. Como forma de vingança, os filhos de Mil, neto de Breogán, conquistaram a terra esmeralda. Por isso ouvimos dizer que os descendentes galegos de Mil são ancestrais de todos os irlandeses.
O Castro mais bem preservado
Na Galicia, já foram contabilizados mais de 2.000 castros, todos eles localizados em territórios altos que permitiam aos morados excelentes postos de vigilância.
O Castro de Baroña é único, pois sua beleza e singularidade residem no local escolhido por seus habitantes para construir sua cidade. Localizado em Porto do Son, mais precisamente em uma península rochosa separada de terra por um istmo (estreita faixa de terra que liga duas áreas de terra maiores), foi construído na Idade de Ferro e é estruturado por um abstruso sistema de defesa, além de ser considerado um dos castros mais bem preservados da atualidade.
No istmo que liga a cidade ao castro, avistamos a primeira defesa, um fosso de cerca de 4 metros de largura e 3 metros de profundidade. Em seguida, vemos uma segunda parede formada por 2 paredes paralelas de pedra e areia. Dessa forma, antes de alcançar a parede principal que cercava o castro, temos as duas primeiras paredes paralelas que serviram como primeira defesa.
Chegando finalmente na cidade, podemos dividi-la em duas: a primeira conta com construções e os restos da torre que rodeava a porta; a segunda, separada da primeira por meio de uma parede, conta com construções ainda maiores. Nas duas construções, podemos avistar aproximadamente 20 casas circulares ou ovais, sem janelas ou portas e com um banco instalado percorrendo todo o local.
A maioria servia de habitação, mas outras eram utilizadas como um espaço para o desenvolvimento de atividades artesanais.
Graças a vestígios encontrados principalmente em uma área do castro chamada “concheiro”, chamada assim pela quantidade de conchas e moluscos acumulada ali, podemos reforçar ainda mais a sua intensa relação com o mar.
Os habitantes de Castro de Baroña colhiam frutos do mar na praia e falésias e praticavam a pesca. Prova disso, são os ganchos e diversos utensílios encontrados que eram utilizados na atividade, além de várias espinhas e vértebras.
Bora lá conosco?
Que tal conhecer de perto essa maravilha conosco? Estaremos visitando o Castro de Baroña e muito mais em 2022 no roteiro do Caminho Português.
Confira a nossa programação e venha fazer parte dessa expedição fantástica conosco!