Bora lá entender este Marco (ou os 3 marcos) da Divisa. Estes Monumentos foram erguidos depois do fim da Guerra do Contestado (conflito de terras entre os Estados do Paraná e Santa Catarina), que completou 100 anos de história em 2016!!!
A indefinição dos limites territoriais entre Santa Catarina e Paraná era antiga, vinha desde o Império, e até a Argentina pleiteou a posse de áreas dos dois estados.
O Supremo Tribunal Federal deu ganho de causa aos catarinenses em 1904 e reafirmou sua decisão nos anos seguintes, mas a sentença era ignorada pelo governo paranaense. Nesse cenário de conflito, a Guerra do Contestado prosperou.
A Guerra do Contestado
A guerra começou pequena, com um grupo reduzido de sertanejos (moradores desses campos do Sul, chamados de sertão na época) que em 1912 reuniu-se em torno de um curandeiro. José Maria seguia a tradição de outros dois curandeiros que haviam passado por lá anos antes e eram considerados “monges” pelos sertanejos. Ele também fazia profecias: anunciava uma monarquia celestial em que todos viveriam em comunhão, dividindo bens.
Dos seguidores do novo monge, muitos eram posseiros, sitiantes e pequenos lavradores que haviam sido expulsos das terras em que viviam pelo grupo americano responsável pela construção da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, do megaempresário Percival Farquhar.
Além da concessão, Farquhar ganhou do governo brasileiro as terras situadas às margens da ferrovia, uma vasta faixa de 15 quilômetros de cada lado.
Depois da construção da estrada de ferro, a região, coberta de matas de árvores nobres como a araucária, começou a ser desmatada. O empresário ergueu lá a maior madeireira da América do Sul na época e uma companhia colonizadora que, depois do desmate, venderia as terras a imigrantes europeus. Famílias que viviam no local foram expulsas por milícias armadas da empresa, com apoio das autoridades brasileiras.
Ao mesmo tempo, o movimento se militarizou, com líderes “de briga” aliados aos religiosos. No inverno de 1914, os sertanejos começaram a saquear fazendas, roubando gado e comida e arregimentando pessoal (até sob ameaça) para reforçar os redutos. Passaram a atacar e ocupar cidades. Nos ataques, estações de trem e repartições públicas eram queimadas.
Com apoio dos governadores de Santa Catarina e Paraná, em 1914 o governo federal decidiu empreender uma grande operação militar para aniquilar a insurreição.
Acordo sobre a Divisa dos Estados
Com a captura do último e mais temido líder dos rebelados, Adeodato Ramos, a guerra foi encerrada de vez no inverno de 1916. Logo em seguida, em 20 de outubro do mesmo ano, finalmente veio a assinatura do acordo de limites entre Santa Catarina e Paraná.
Pressionados pelo presidente Wenceslau Braz, cada um dos dois estados teve que ceder um pouco. A partilha, porém, foi vista como favorável aos catarinenses, que ficaram com 28 mil dos 48 mil quilômetros quadrados da área contestada.
Marco da Divisa
O principal Marco da Divida foi inaugurado em 1919 por Affonso Camargo e Hercílio Luz, governadores do Paraná e Santa Caratina, respectivamente. Mas ele não é o único, ao redor dele existem outros dois marcos para demarcar a linha da divida entre os estados.
Depois de conhecer a história, vamos lá visitar o testemunho deste acordo, que também é rodeado das belas paisagens dos Campos do Quiiri e da estonteante paisagem par o litoral dos estados do Paraná e Santa Caratina. Confira aqui no site.