“As pessoas são solitárias porque constroem muros ao invés de pontes”
O Pequeno Príncipe
Este artigo é a parte 2 de 7 da série: “O Pequeno Príncipe” – Pequenas frases que mudam vidas
Estar só é um estado de espírito. É possível estar no meio de milhões e se sentir sozinho.
Vamos refletir sobre isso:
Vivemos em uma época difícil; nunca se ouviu falar tanto em depressão, baixa auto-estima e atentados contra a própria vida. Eu sei, são temas difíceis e pesados para serem abordados, mas eles estão ai, latentes, às vezes mais próximos do que imaginamos. Às vezes fechar os olhos para isso possa ser um terrível estopim para situações gravíssimas. Quem passa ou passou por algo semelhante entende o quão horrível e devastadora é a dor que a solidão causa.
Essa dor dilacerante faz com que tomemos toda e qualquer atitude para extingui-la. Mas a solidão é um sentimento ardiloso e astuto. Ao invés de buscarmos a plenitude, a beleza, as cores, os aromas; somos levados a crer que ninguém nos compreende e que ninguém pode nos entender. Aos poucos, vamos nos fechamos cada vez mais dentro de um círculo interno. É uma espécie de sistema de proteção ancestral, de quando nos sentíamos protegidos dentro do útero materno, quietos, escondidos, quentinhos e protegidos. Mas ao nos fecharmos surge o silêncio, o vazio, a inércia.
Talvez tudo isso não faça muito sentido para você, mas certamente alguém sofre à sua volta.
Como sistema protetivo, criamos muros ao invés de pontes. Ilusoriamente, temos a impressão que muros são mais fortes e resistentes e, sorte a nossa, o Muro de Berlim serve para desmitificar esse pensamento. Você pode até achar que o exemplo alemão dado é uma bobagem e pode até tentar me convencer de que a Grande Muralha da China sim, é um bom exemplo de muro; rígido, firme, sempre em riste durante séculos. Mas eu penso diferente: Olhe melhor, com atenção e cuidado. Veja qualquer foto e observe. Ela é uma grande e extensa passarela. Uma linda ponte de 21.196 km ligando o passo Jiayuguan, na divisa com a Mongólia até o Mar Amarelo na foz do rio Yalujiang. (Por favor, quando nos encontrarmos, não me peça para pronunciar esse nome, combinado?)
Às vezes o segredo é mudar o foco. Ver pontes onde a maioria só enxerga muros.
É necessário desconstruir as muralhas. Eu compreendo que elas demoraram décadas para se edificar, mas isso não é um bom motivo para deixá-las de pé. Os problemas e medos são como pedras polidas, firmemente equilibradas em fundações não tão sólidas assim. Então, um dia a muralha cai. O que você fará com as pedras?
Eu sei, é difícil; mas acredite: Pontes são mais fáceis de se construir; e são bem mais bonitas e divertidas, diga-se de passagem. As pontes são símbolos de união. Demonstram a simbiose entre os mundos material e espiritual, o emocional e o racional, entre as classes econômicas e sociais. São símbolos entre as interações que permeiam o mundo, a energia latente que tudo movimenta. O mundo é belo porque é diverso. E você faz parte de tudo isso. Seria muito injusto tentar se proteger de tudo isso, não é mesmo?
Portanto, libere os seus anseios. Desconstrua seus medos, compartilhe seus pensamentos com pessoas maravilhosas, deixe os seus olhos contemplarem as cores do mundo. Todos temos nossas pedras, procure pessoas que te ajudem a construir pontes. Permita-se se envolver nessa cadeia de união. Se empolgue e se jogue da ponte! (Não, espere, isso não foi uma boa ideia…). Se envolva e se jogue nessa ideia! (Assim é melhor!)
Acredite em si. Credite-se os débitos insólitos de não SER, mas ESTAR. E o que vem depois?
Criar, reinventar-se em si mesmo a maneira plena de viver. Sem remorso e sem culpa, sem nenhuma desculpa para ser feliz.
Permita-nos fazer parte de tudo isso também.
Nós adoramos construir pontes!
Voltamos!!! Ao escrever essa série – dividida em 7 partes – coloquei muito sentimento em cada linha, em cada pensamento, em cada frase escrita aqui. Tem muito do meu coração em todo esse raciocínio. Espero que essa coluna atinja o seu coração também. Que tal se permitir receber toda essa energia boa?
Então, convido você a dedicar um pouquinho do seu tempo para você mesmo, e tentarei exprimir como singelas frases de um livro infantil podem mudar a sua vida de uma forma incrível. Vamos?
Leia também a primeira, a segunda, a terceira, a quarta e a quinta parte: O Tempo – A Ponte – O Espinho – A Doação – O Invisível
» Baseado no livro “O Pequeno Príncipe” – Antoine de Saint- Exupéry – 1943
Muito bom, Papael! Novamente, gostei da frase escolhida, do texto e da forma como o conduziu. Eu acho que podemos ser sozinhos sem, necessariamente, sermos solitários. Pode-se morar sozinho, ir ao cinema ou teatro sozinho, fazer compras sozinho, enfim… O ruim é quando nos fechamos e, como você disse, quando “somos levados a crer que ninguém nos compreende e que ninguém pode nos entender”. É preciso abrir-se para o mundo, fazer um segundo olhar sobre as coisas, situações e pessoas. Conhecer lugares, costumes, culturas. E nem é preciso ir tão longe! Há uma diversidade muito grande dentro do nosso país, dentro do nosso Estado e, até mesmo, dentro da nossa cidade! Há muito para se ver, ouvir e sentir por aí. Como você também disse, “o mundo é belo porque é diverso”. E é justamente por isso que sempre temos o que aprender. Acho que as caminhadas são um bom começo para uma transformação pessoal, pois passamos a conhecer pessoas, lugares e modos de viver. Sem falar do contato com a natureza que, além do bem-estar que nos traz, nos sensibiliza para a vida.
Isso mesmo, Anninha!