Um dos primeiros missionários católicos a chegar ao Brasil, o padre José de Anchieta ficou conhecido pelo seu admirável trabalho de catequese dos índios brasileiros.
Sua jornada
José de Anchieta viveu na Ilha Canária de Tenerife (Espanha) com seus pais e os 11 irmãos até completar quatorze anos, quando se mudou para Portugal. Estudou filosofia no Real Colégio das Artes e Humanidades, que fazia parte da Universidade de Coimbra.
José de Anchieta foi um dos escolhidos ainda noviço da Companhia de Jesus para ser enviado para evangelizar a nova terra. No dia 13 de junho de 1553 chegou à região que se tornaria o Brasil, faltando pouco para completar 20 anos.
Através do contato com os índios aprendeu a linguagem indígena e passou a comunicar e a defendê-los dos colonizadores portugueses.
Padre José de Anchieta sofria com doença de ossos. A doença e indisposições dele foram muitas e quase contínuas por todo o tempo em viveu no Brasil, que foram quarenta e quatro anos.
José de Anchieta acumulou várias funções durante a sua vida. Para além de padre jesuíta, foi historiador, gramático, teatrólogo, poeta e, assim, merece lugar de destaque na literatura brasileira.
Anchieta amava a arte, com sua sensibilidade e gosto também pelo teatro, o apóstolo compôs inúmeras peças que passaram a ser apresentadas em diversos lugares para evangelizar. Escreveu cartas que se tornaram relevantes para a História do Brasil. Por todos esses portentos, Anchieta, além de ser considerado o pai do teatro e da literatura brasileira, é ainda estimado como o primeiro promotor da cultura no Brasil.
Fundador de várias cidades
Com a finalidade de ensinar e catequizar os nativos, José de Anchieta participou da fundação do colégio da vila de São Paulo, que viria a ser mais tarde a própria cidade de São Paulo, com esse nome porque no dia da sua fundação, 25 de janeiro de 1554, é comemorado o dia do apóstolo São Paulo.
Transferido para o atual Estado do Rio de Janeiro, participou ativamente da fundação da cidade e foi de importante atuação na expulsão dos invasores franceses calvinistas que ali pretendiam instalar uma colônia. Fundou a Santa Casa da Misericórdia no Rio de Janeiro (1582).
Desenvolveu sua atividade missionária também na Bahia, em Pernambuco e finalmente mudou-se para o Espírito Santo (1587), onde passou a se dedicar à organização de várias aldeias indígenas, até que morreu em Reritiba, hoje cidade chamada de Anchieta.
Milagres de ontem e de hoje
São incontáveis os testemunhos de pessoas que presenciaram fenômenos de levitação, luzes e músicas celestiais enquanto orava e celebrava a Missa. Os índios até o apelidaram de “caraibebé” que em Tupi significa “homem de asas” porque andava quilômetros em apenas alguns segundos. Outro notável prodígio era a obediência que os animais selvagens lhes tinham. Os índios se maravilhavam tanto com tais portentos que o chamavam também de “pagé guaçu” que significa pagé maior, o mais poderoso.
As curas milagrosas de doentes eram constantes em sua vida. Durante mais de quatro séculos após sua morte de Anchieta, inúmeras pessoas recorrem a José de Anchieta para pedir e agradecer por graças alcançadas.
Santo José de Anchieta
Hoje ele é considerado santo pela Igreja Católica, foi beatificado em 1980 pelo papa João Paulo II e canonizado em 2014 pelo papa Francisco. É conhecido como o Apóstolo do Brasil, por ter sido um dos pioneiros na introdução do cristianismo no país. Em abril de 2015 foi declarado co-padroeiro do Brasil, junto com Nossa Senhora Aparecida!
Passos de Anchieta
No final da sua vida, Padre Anchieta habitualmente percorrida em caminhadas quinzenais da Vila de Rerigtiba, atual cidade de Anchieta, à Vila de Nossa Senhora da Vitória, onde cuidava do Colégio de São Tiago.
Hoje este trajeto de 100 km foi resgatado e chamado de “Passos de Anchieta”. A experiência da caminhada combina encantos como o conhecimento de sítios históricos, com paisagens que se oferecem ao caminhante numa sequência de belos quadros da natureza de uma região que é um marco geográfico da costa brasileira, onde as culturas do norte e do sul do país se encontram.
A caminhada coletiva dos Passos de Anchieta promovida pela ABAPA – Associação Brasileira dos Amigos dos Passos de Anchieta, é realizada anualmente sempre a partir do feriado de Corpus Christi, beneficiando-se do feriado nacional que favorece a disponibilidade das pessoas visto que o percurso total demanda quatro dias.
É uma festa com encontro de moradores locais e caminhantes do Brasil inteiro.
Que tal se juntar à nós nesta edição de 2022 dos Passos de Anchieta, depois de dois anos de jejum devido à pandemia de COVID-19.
Ficaremos instalados num hotel em Guarapari ao longo dos dias de caminhada com uma van exclusiva que nos leva e trás todos os dias.